terça-feira, 28 de abril de 2020

Ressurreição

Depois de quase meia década, decidi que vou ressuscitar este blog. Modéstia a parte, acho que farei aqui um bom trabalho... Que tal começarmos falando de poesia? Que tal um poema?

Na onda onde me deito,
Ao mar me levanto.
Oração absurda: só o vento ouve.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vida, Vida

Não acredito em pressentimentos, e augúrios
Não me amedrontam. Não fujo da calúnia
[...]

Arseny Tarkosky


POEMA6
De ano em ano
Amanheço

De soco em soco
Anoiteço

De sono em sono
Entardeço

Ano
Mês
Minuto


POEMA9

Pedra e planta
De tanto em tanto
Onde vejo e
Escuto

Suscinto cito
Tal paisagem
Numa viagem
Qualquer

De instante
Em instante
Água e pedra
Pedra e planta

Em qualquer lugar
Que se olhe
Em qualquer instante
Que se pense.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

AMOR: INVENÇÃO HOLYWOODIANA

Voz lúgubre de rádio: transmitida em baixa frequência

Chorei por uma moça apaixonada cheia de amor e misericórdia, mas você sabe: o tempo deteriorou meus órgãos genitais e não posso mais me apaixonar por coisa viva que for. Somente flerto com apresentadoras de telejornais e, mesmo assim, não sei por que, meu coração bate feliz e não correspondido adormeço: começo outra luta corporal: pastas e cremes para as mãos. O instante passa e mais uma vez pereço entre sins e nãos.
Tape 2: você sabe que o amor morreu, mas sua sombra me felicita. Passando pelas mãos quase as toca... chego a abandonar este estado de semi-letargia. Quando não transgrido, transmito intenções até maleáveis, esquisitas, mas aceitáveis e que possam lhe servir para algo ainda não descoberto: o desejo ou que dele restou depois de labutar lunaticamente antes do morrer da aurora.

Interrupção – solfejo em voz baixa

Ainda tento, antes que o tempo escorra pelos vidros da casa: a pálpebra escorre pelas lágrimas do orgulho e me encontro imóvel hora após hora neste desencanto.

Interrupção constante – azul violento toma o som

Tape 3: final da transmissão. Erro: fim mútuo de ódio tremendo.

Voz em off – cine morgenau

Sol em semcível céu, aproveitando a tarde da madrugada: e fechando-se em sombras simtilantes nuvens cinzaàs manhãs austeras reservadas no capim cavado da meniandra. Arco de luz que se encilha no penteado do pentelho: curva medonha da barriga miséria, vocifera voz mansa a escassez daaas velhas vagas coragens. Pulula sem fim um pornô, extinto caráter canino: assassino de instantes, nomes de virgens, possas de porra: escasso e mais uma vez escasso de carne ultrajada para tanto desejar.
Tentação de morango véucru vulgar: passando a mão, suando sujo: lambendo o murmultimo desejo antes de cair aos seus pés. Pios no escuro, torções e distorções: um hã. Hein? Não ouvi: o olho não escuta no escuro do quarto barato: o cachorro latia e gemia e uivava dando vezes por sossegado e pinto pendurado e endurecido na alcova do último piá vivo afoito: leito de rosas da casa azul.

Voz de locutor de novela mexicana – festival de música (transmitido pela TV)

Finalmente o veredicto: e o grande perdedor é... é... é... o clown!
- Música isto? É UM ABSURDO!!!!! Ó! INFÂMIA!
Eles finalmente perderam: a pequena burguesia decadente que só tomava banho aos sábados assistindo programas de auditória, ficaram aturdidos com os ecos de canhões que, por estarem estacionados mato adentro, eles num ouviam não.
(O microfone girava sonso a procurar uma vítima aturdida para fazê-lo cuspir acerca do espetáculo.)
- SHHHHHH!!! CALE A BOCA!!
Invadiram sua casa, assaltaram suas calças, suas filhas e suas calcinhas mancharam... (fim da transmissão – imagem congela na hiper-reticulada cara bonachuda do apresentador.)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Conto + Fotografia

Esta é a segunda postagem que tento unir uma fotografia da Simone com um texto meu. Temos procurado fotos já existentes a textos que também já estão prontos (ou quase). Este texto na verdade é meio descolado dos temas que usualmente escrevo e, de certo modo, a fotografia da Simone também, já que foi feita não com o intuito de ser uma foto-arte, mas uma foto-produto, mas que ficou tão boa que agora virou arte. Espero que gostem!

domingo, 30 de setembro de 2007

Cá com Meus Botões – Assunto: Música

Eu, como um viciado em baixar músicas através de blogs, notei que encontrar um blog que se dedique à música Erudita, ainda mais a Música do Século XX e da atualidade é bastante difícil, se não, impossível. Pensando cá com meus botões, porque não postar, de vez em quando, esse tipo de música, que também é difícil de se encontrar por aí pra vender e, quando encontrado, como geralmente são discos importados, são bastante caros. E, acima de tudo, é música pouco conhecida e muito, muito interessante.
É justo começar por um compositor que foi um dos precursores desta revolução musical que se instaurara no século XX, Arnold Shöneberg, pai do dodecafonismo, base musical de mais da metade dos compositores do século XX. E Pierrot Lunaire é uma das obras mais importantes deste grande compositor, e também das mais conhecidas.
Vale muito a pena citar aqui também que não sou especialista em música, quiçá em Música Erudita do Século XX e além. Mas às quartas-feiras, na rádio Paraná Educativa, FM 97.1, às 22h passa o programa do meu grande amigo e compositor Harry Crowl, chama-se Música da Atualidade. Vale a pena conferir. Nós, aqui deste lado, apenas reforçamos o assunto.